segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Respondendo dúvidas sobre tapetes

Qual o tamanho certo? Como combinar com o resto da decoração? Qual o material mais indicado para o seu caso? Não saia para comprar essa peça chave da decoração antes de ler esse post!


1. Como definir o tamanho do tapete da sala de estar?
O importante é que o tamanho do tapete - seja ele neutro, colorido, estampado ou liso - esteja perfeitamente adequado às dimensões do espaço. Como é o tapete que demarca o espaço, causa estranheza quando ele é desproporcional ao tamanho do ambiente. Assim, um modelo muito pequeno em frente ao sofá pode ficar esquisito, "com cara de capacho". No entanto, se o "tapetinho" for uma peça preciosa, um modelo oriental cheio de estilo, que você ama e quer mostrar, não se acanhe! Uma sugestão é colocá-lo sobre um modelo neutro. Um tapete de sisal natural serve de moldura e destaca o seu 'queridinho'. 

Tapete de sisal usado como base para tapete menor, mas de estimação.

Mesmo sem regras rígidas, é fácil acertar no tamanho do tapete. Os profissionais aconselham um modelo que tenha no mínimo a largura do sofá e entre embaixo do móvel - mais ou menos até a metade. Assim, as duas peças parecem estar num mesmo plano, eliminando a confusão visual de piso, tapete e sofá. Em um ambiente grande, fica chique usar um tapete que abrigue todos os móveis" Atenção: os tapetes delimitam os ambientes. Quando existe um tapete no estar, a tendência das pessoas é ficar na área demarcada por ele.

Tapete com a mesma largura do sofá

2. Qual o tamanho ideal para um tapete que ficará sob a mesa de jantar?
O ideal é cada borda ter 1 m a mais do que a área ocupada pela mesa. Você precisa ter espaço para arrastar as cadeiras sem que elas enrosquem no tapete. Exemplo: se a mesa tiver 1,50 x 1,50 m, o tapete deverá ter 2,50 x 2,50 m. Em tempos de espaços mínimos nem sempre é possível atender a essa medida. O mínimo seria 70 cm de sobra. 
Quanto aos contornos do modelo, os profissionais levam em conta o formato da mesa. Os tapetes quadrados combinam bem com tampos redondos e quadrados. Já os retangulares se harmonizam melhor com móveis retangulares e ovais. Outro detalhe importante: para se prevenir contra manchas, prefira materiais resistentes a lavagens freqüentes, como os de pura lã e o 100% náilon.


3. Onde e como posso usar tapetes redondos?
Tapetes redondos são difíceis de usar. Eles atraem quem se identifica com o estilo moderno. Mas não é fácil distribuir os móveis sobre um tapete redondo. O ideal é que tudo fique sobre ele e isso só é possível se o ambiente for grande. Em áreas pequenas, a saída é distribuir vários pequenos. Eles ficam bem em livings, salas de TV e escritórios.

Sobreposição de pequenos tapetes redondos
4. Como usar tapete nos quartos?
Em ambientes com piso de madeira, cerâmica ou pedra, a solução mais interessante é colocar um tapete retangular no sentido contrário ao da cama, de forma que ele fique sobrando nas laterais e na frente - uma versão elegante dos três tapetinhos que antes circundavam o móvel. Nos quartos com carpete, os especialistas recomendam não colocar tapete, pois o revestimento já cumpre a função de aconchego.

O tapete de juta com bordados de algodão aparece nas laterais e na frente da cama sem entrar por baixo das mesas-de-cabeceira. 
5. Estar, jantar, sala de TV. Como combinar tapetes de ambientes próximos?
Eles não precisam - e nem devem - ser iguais. Senão acabam parecendo um carpete. Busque um denominador comum entre os modelos: pode ser a cor, a textura, uma estampa ou até a moldura de acabamento. Quanto à distância entre eles, é preciso estudar caso a caso,  tudo depende da disposição dos móveis, volumetria, espaço. Com bom senso, pode-se mesclar até três estilos diferentes de tapete. Entre os tradicionais, os de desenhos e cores suaves e motivos florais são os mais procurados. Entre os modernos, os artesanais têm feito sucesso. Outra tendência forte é trabalhar com peças de mesmo tom, mas com tramas de alturas variadas. O resultado é uma composição harmônica, com um movimento visual bem agradável.

Combinação de tapetes das salas de estar e jantar usando o mesmo material (sisal) e tons parecidos. O modelo listrado  repete o bege da peça lisa, que é também a cor predominante nos dois ambientes.



6. Tapetes mais peludos vão bem em qualquer ambiente?
Os modelos mais peludos - de náilon, lã, retalhos de couro ou lycra - vão melhor em ambientes contemporâneos. Os tapetes de pêlos altos agradam em locais onde as pessoas ficam descalças, como o home theater e o quarto. Em espaços de decoração mais movimentados e que recebam mais visitas é preferível usar tapetes baixos - de pele, algodão feito em tear manual, náilon de pêlo curto ou fibras como sisal.

Tapete peludo no quarto. Transmite aconchego.


Espero que este post tenha esclarecido suas dúvidas, caso ainda tenham alguma pergunta, deixe seu comentário abaixo que teremos o maior prazer em ajudar!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Princípios do Design



Ao observar um ambiente, um móvel, uma pessoa, qualquer coisa, observamos com todos os sentidos: visão, audição, olfato, tato e paladar. Além disso, nossa apreciação passa também pela história de vida.
Parece estranho, mas pense bem: uma sala ruidosa, ou com cheiro ruim no ar, pode ser linda, mas não “gostamos” dela. Da mesma forma, um sofá com um tecido áspero ao toque, ou uma parede com a cor de uma fruta que detestamos também não serão, a princípio, de nosso agrado. Nossas lembranças felizes em um sítio na infância podem, automaticamente, nos fazer felizes em um ambiente que nos lembre, de alguma forma, este local.
Na decoração, todos estes fatores têm seu peso, mas a visão é, de longe, o sentido mais excitado e por isso as formas, cores e a composição espacial são tão importantes. A composição espacial visa escolher, organizar e distribuir todos os elementos do ambiente de uma forma BONITA e AGRADÁVEL para o usuário do espaço. Para isso ela utiliza princípios, sobre os quais vou falar neste post.

Ritmo
É a forma como você faz o olhar “andar” por um ambiente. Seu olhar pode pular de um lado para outro, ir devagar a partir de um ponto e seguir tranquilamente por toda volta, subir e descer continuamente, tudo isso atraído pela forma como estão distribuídos e também repetidos (por isso ritmo está muito ligado à REPETIÇÃO) cores, linhas, curvas – formas enfim – e objetos.
Harmonia
As formas, texturas, cores, iluminação, distribuição, materiais, devem se relacionar e nunca disputar entre si. Além disso, o bom uso de todos os demais princípios dá a sensação de um ambiente harmônico.
Ritmo nas formas circulares que se repetem em diversos itens – fazendo o olhar andar “circularmente” acompanhando estas formas –  e harmonia entre os elementos – no jogo de cores contrastantes e análogas, distribuídas pela sala inteira e relacionando-se umas com as outras – rosa e verde, vermelho e amarelo; no uso de materiais relacionados também uns aos outros – madeira branca na mesa e bancos, metal nos vasos, palha na almofada e suportes da mesa, etc.
Equilíbrio
Que pode ser simétrico (quando você tem, por exemplo, uma sala que, dividindo-a visualmente ao meio,  os objetos de um lado se repetem no outro), assimétrico (quando não há simetria)  ou radial (circular, quando há como um movimento que vai ou vem de um ponto central).
Unidade
É importante que haja uma sensação de continuidade, um caráter, em todos os ambientes. Isso se consegue repetindo de forma variada os mesmos elementos (que podem ser cores, formas, texturas, etc) em todos os ambientes ou em um só ambiente.


Equilíbrio assimétrico (considere uma linha vertical no meio do sofá: os 2 lados estão equilibrados, mas são diferentes). A unidade é conseguida com a repetição dos azuis beges e cinzas, as linhas semelhantes dos sofás, os diversos vasos transparentes, as flores brancas, etc.
Contraste
Elementos contrastantes quando juntos, são enriquecidos. Por exemplo: Sofá  liso junto com almofadas texturizadas, moldura clara em parede escura, etc. Se não houver algum contraste, a decoração fica enfadonha.


Contraste amarelo/azul, tornando o sofá o centro de interesse da sala, que apresenta  boa variedade de formas e texturas
Centros de interesse (ênfase)
Não pode haver competição entre os elementos, por isso devem haver os que sobressaem, devido a forma, iluminação, tamanho, atraindo nossa atenção.
Variedade
De formas, texturas, cor, etc. para não termos um ambiente monótono.
Escala
Podemos dizer que grandes móveis estão “em escala” em grandes espaços. Pequenos móveis estão “em escala” em pequenos espaços. Na verdade, falamos de proporção. Escala mesmo é a comparação entre a medida de uma representação e a medida real do que está sendo representado. Por exemplo: Uma miniatura de uma cadeira tem uma escala reduzida desta cadeira.
Proporção
É a relação entre 2 razões (medidas, áreas, espaços). Podemos trabalhar com ela para enfatizar ou diminuir uma característica de um espaço. Por exemplo, pés direitos altos demais podem ser visualmente diminuídos com cor escura no teto; cores mais escuras ou mais claras nas paredes ou em  algumas paredes de um aposento modificam a percepção da proporção entre largura e comprimento deste. Todos os elementos devem formar uma composição agradável, deve-se avaliar a relação dos móveis entre si, com o tamanho, com o pé direito e com os objetos do ambiente. Também podemos “brincar” com a proporção e escala para dar interesse. Um bom exemplo é uma sala com todos os móveis proporcionais e uma luminária muito grande (desde que isso não atrapalhe a funcionalidade, a circulação ou iluminação).
Repetição
Super importante, aparece como participante de outros princípios, como o ritmo, a unidade, o equilíbrio e a harmonia. Trata-se do uso, diversas vezes, de um objeto, forma, elemento.


Exemplos:

A sala ao lado usa fortemente a repetição de linhas horizontais, criando um ritmo que  diminui a força visual das colunas verticais das janelas, apesar da mobília baixa que permite total visualização do exterior. As cores usadas são harmoniosas, e criam uma atmosfera de tranquilidade que as linhas horizontais favorecem. O equilíbrio é assimétrico (o abajur comprido e os puffs “pesam”  o lado direito, equilibrando-o com o esquerdo que tem as barras escuras horizontais na parte superior, um forte elemento).  O centro de interesse é o sofá baixo com almofadas em verde forte, para diminuir o interesse das enormes janelas – ele força nosso olhar para baixo. Os elementos sobre a mesa de centro trazem variedade de cores e maior informalidade e interesse ao ambiente. Os móveis são proporcionais ao ambiente em largura, mas desproporcionais em altura para permitir a visão total do exterior. Os objetos sobre a mesa poderiam ser desproporcionais, por serem muito pequenos, mas juntos formam um conjunto, que é compatível com o tamanho da mesa. Um só abajur bem alto é um toque de interesse que se tornaria desproporcional se houvesse outro igual no outro lado do sofá. Os puffs brancos como o chão tem seu peso diminuído – se tivessem cores fortes o equilíbrio estaria arruinado.


A grande vedete deste ambiente é a brincadeira com as texturas e estampas usando praticamente somente 2 cores. Isso traz variedade, ritmo, harmonia, unidade e contraste, tudo de uma só vez. O centro de interesse  é esta grande luminária que é a única peça que possui os mesmos tons, mas mais vivos e alegres. Novamente, os móveis e objetos são proporcionais ao ambiente.  E apesar das cores “sérias”, a variedade de estampas e materiais, cria um tom informal bastante interessante.